São Paulo, quarta-feira, 8 de fevereiro de 1995
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Scheuer defende imposto de 4%

FLAVIO CASTELLOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Luiz Adelar Scheuer, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), não acredita que a alíquota do IPI dos "populares" suba para 8%, como propôs o governo, anteontem na câmara setorial.
Isso seria o fim do programa dos "populares", disse Scheuer.
A Anfavea considera razoável que o governo estabeleça alíquota de cerca de 4% para os populares, vinculando-se a essa decisão a queda da alíquota do IPI dos carros médios.
Scheuer defende uma diferença de 10% entre a alíquota do IPI dos "populares" e a dos médios. Hoje a alíquota dos médios é de 25%.
Outra possibilidade considerada razoável pela Anfavea, em fase de estudo pelo governo, é a criação de uma nova faixa de IPI para carros de até 1.600 cilindradas, com alíquota em torno de 10%.
Como compensação ao aumento do Imposto de Importação para 32%, as montadoras acenam com investimentos entre US$ 9 bilhões e US$ 12 bilhões até o ano 2000.
Comprometem-se também em manter os preços dos carros estáveis, apesar da redução da competição externa.
A respeito das outras decisões tomadas ontem na câmara setorial automotiva, Scheuer se diz bastante satisfeito.
Segundo ele, a depreciação acelerada para bens de capital novos e o fim do PIS e do Confins para as operações de exportação são medidas que estimulam investimentos em todos os setores da economia.
Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (federação das distribuidoras), também está satisfeito com as decisões do governo. Ele acredita que elas tornam o investimento em produção novamente mais atraente que as importações.
Já Paulo Butori, presidente do Sindipeças (Sindicato da Indústria de Autopeças), teme que o setor de autopeças seja prejudicado com uma possível queda do índice de nacionalização dos veículos.
O governo aumentou a alíquota do II para carros, mas não mexeu na alíquota do setor de autopeças, igual a 16%, em média. Butori quer a volta da alíquota de 20%.

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