São Paulo, quinta-feira, 9 de fevereiro de 1995
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Bolsa paulista cai 9,8% em três pregões

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os índices das Bolsas de Valores voltaram a recuar ontem. O índice da Bolsa paulista acumulou queda de 9,8% nos últimos três pregões. Ontem, a baixa foi de 2,23%.
O volume de negócios está reduzido. As Bolsas não se animaram nem com o anúncio de retomada do programa de privatização: o leilão da Escelsa foi marcado para o próximo dia 10 de maio. O programa de privatização estava suspenso desde outubro de 94.
A elevação dos juros internacionais está retirando do país o "dinheiro ligeiro", que veio para o país atraído pelas altas taxas da renda fixa, diz Nathan Blanche, da Anoro (associação nacional do ouro).
A incidência de compulsório sobre as operações de "box" (negócios de renda fixa tendo como lastro ações) está fazendo com que os investidores façam "uma liquidação compulsória" com remessa dos recursos para o exterior, segundo o presidente da Bovespa, Alvaro Vidigal.
Levantamento preliminar mostra que essas operações de "box" representaram US$ 700 milhões na Bovespa e US$ 1,7 bilhão na Bolsa de Mercadorias & Futuros. O mercado tende a se normalizar e nos três primeiros pregões deste mês a entrada de dinheiro estrangeiro superou a saída na Bolsa paulista em US$ 11 milhões, segundo Vidigal.
O Banco Central está reduzindo o juro do overnight nos últimos dias. Na segunda-feira a taxa do over estava em 5,35% ao mês, declinando ontem para 5,33%. O BC ajusta os juros a uma expectativa de inflação menor para este mês.
Os juros dos Certificados de Depósito Bancário também estão em queda. As taxas estão se ajustando ao mês de março —ao maior número de dias úteis em março (23), contra 18 em fevereiro.
O Banco Bancesa —respondendo a uma consulta da Bolsa paulista sobre a transferência de seu controle acionário— informou que "os seus controladores estão em entendimentos com representantes do Grupo Paulista, mas as negociações ainda não foram concretizadas".
A Icatu Finance and Investments, empresa do grupo Icatu, enviou comunicado à Bolsa paulista, informando que adquiriu, por compra de Brascan Participações e de Waltcox Holding Company, 40,34% do capital social do Banco Fininvest.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,126%. A taxa média do over foi de 5,35% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,38% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem dia 9 rendem 2,9415%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 27% e 46,6% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 120 dias: entre 14,7% e 15,3% ao ano mais a variação da Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,45% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 57% e 105% ao ano.

No exterior
Prime rate: 9,00% ao ano. Libor: 6,63% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: queda de 2,23%, fechando com 35.562 pontos e volume financeiro de R$ 194,56 milhões. Rio: baixa de 3,3%, fechando com 15.837 pontos e volume financeiro de R$ 16,76 milhões.

Bolsas no exterior
Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.337,80 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.290,25 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,834 (compra) e R$ 0,836 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado a R$ 0,835 (compra) e R$ 0,837 (venda). "Black": R$ 0,825 (compra) e R$ 0,835 (venda). "Black" cabo: R$ 0,838 (compra) e R$ 0,841 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,820 (compra) e R$ 0,850 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,20%, fechando a R$ 10,10 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5528 dólar. Em Frankfurt, a moeda norte-americana foi cotada a 1,5330 marco alemão. Em Tóquio, a cotação foi de 99,40 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 376,30.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para fevereiro fechou em 3,32% e para março a 3,08% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 35.500 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para fevereiro fechou a R$ 0,847 e para março a
R$ 0,864.

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