São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 1995
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'Digo não quando acho necessário'

DA AGÊNCIA FOLHA, EM DIAMANTINA

O presidente Fernando Henrique Cardoso se queixou ontem em Diamantina (MG) das críticas que tem recebido, principalmente depois que vetou o aumento do salário mínimo para R$ 100,00.
"Muitas vezes ouvi críticas (quando era ministro da Fazenda): 'Mas não é possível, o ministro que tem um passado ao lado do povo, agora está contra?' Nunca estive contra, como não estou agora. Mas eu tenho consciência da minha responsabilidade. Então eu digo não quando acho que é necessário dizer, para poder dizer um sim amanhã que tenha firmeza", disse o presidente.
O presidente fez essas declarações durante encontro com professoras em Diamantina. Na próxima segunda-feira, ele viaja para Campo Mourão, no Paraná, onde participará de reunião com pais de alunos.
FHC disse que, por ele, "daria para o mínimo não os R$ 100, mas sim R$ 500 ou R$ 1.000, mas que não existem esses reais". Para o presidente, as empresas podem pagar mais que R$ 70, mas o governo não.
"Não adianta fingir que aumenta o salário, se criar de novo a inflação. Dá hoje e amanhã o dinheiro não vale" , disse FHC.
Quando questionado sobre a possibilidade de derrubada do veto, FHC disse ter certeza "que os deputados e senadores vão entender isso (o veto)". Ele aproveitou para pedir apoio às reformas que pretende fazer na Previdência.
Oposição
O líder do PT na Câmara, Jaques Wagner (BA), anunciou ontem que o partido vai tentar derrubar o veto. Ele afirmou que o partido vai procurar outros partidos para articular um movimento contra o vet.
Segundo o vice-líder do PDT, Antônio Sérgio Carneiro (BA), para conciliar o reajuste do mínimo e as finanças da Previdência, o governo deveria vender o espólio da LBA (Legião Brasileira de Assistência), 3 milhões de imóveis da União e acelerar a cobrança das 76 mil notificações de débitos na Justiça.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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