São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Tumulto adia votação sobre reajuste do funcionalismo

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os vereadores de São Paulo adiaram mais uma vez a votação da lei que desvincula o reajuste do funcionalismo público do aumento das receitas da prefeitura.
Ontem, após cinco horas de discussões, foi convocada uma sessão extraordinária, hoje às 15h, para nova tentativa de votação.
Logo após a suspensão da sessão, às 20h, os servidores decidiram em assembléia realizada na frente da Câmara paralisar as atividades hoje a partir de meio-dia para que a categoria possa acompanhar a sessão extraordinária.
Ontem, os servidores foram impedidos por cerca de cem policiais militares de acompanhar as discussões na Câmara.
Representantes de entidades dos funcionários só conseguiram entrar na Câmara depois que a 11ª Vara da Fazenda Pública acatou pedido de liminar, autorizando o acesso dos sindicalistas.
O pedido de liminar foi impetrada pela Federação das Associações e Sindicatos dos Trabalhadores do Município de São Paulo.
A determinação do presidente da Câmara, Miguel Colasuonno, de a PM impedir o acesso de funcionários e jornalistas ao plenário, causou tumulto por volta das 14h30.
Os vereadores petistas Odilon Guedes e Aldaíza Sposati e Ana Martins (PCdoB) disseram ter sido agredidos por PMs quando tentavam passar pelo cordão de bloqueio ao plenário.
Naquele momento, funcionários acusaram a PM de ter soltado um gás dispersivo para conter o tumulto formado na escada de acesso ao primeiro andar, onde fica o plenário. Colasuonno negou o fato.
"Um soldado me empurrou e ameaçou com cassetete caso tentasse passar pelo bloqueio", disse Aladaíza Sposati.
A sessão foi aberta às 15h e teve várias interrupções. A mais demorada ocorreu às 16h30, quando um oficial de Justiça entregou a liminar a Colasuonno.
Os servidores públicos querem a aprovação da lei 10.688, que obriga a prefeitura a destinar entre 47% e 58% de sua receita para o pagamento de salários.
Segundo eles, por essa lei, o reajuste dos salários em fevereiro seria de 81,18%.
O governo apresentaria ontem uma proposta de reajuste de 6% em fevereiro e mais abono de R$ 40 até junho.
O PT apresentaria projeto substitutivo de reajuste de 40,25% em fevereiro e mudança da data-base do funcionalismo para março.
O presidente do Sindicato dos Profissionais do Ensino Municipal, Cláudio Fonseca, disse que os servidores podem entrar em greve a partir de segunda se o o reajuste de 81,18% não for aprovado.
A paralisação vai depender de assembléia a ser realizada após a Câmara definir o percentual de reajuste da categoria.

Texto Anterior: Turista leva tiro em show de Daniela Mercury; Estudante confessa o próprio sequestro; Covas quer acabar obras da linha norte do Metrô; Brasileira é encontrada morta na Bélgica; Caixa Econômica Federal sorteia dezenas da Quina
Próximo Texto: Lei vincula reajustes de servidores à arrecadação
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.