São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 1995
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André Milan exibe miniaturas americanas

KATIA CANTON
ESPECIAL PARA A FOLHA

Exposição: EUA Dentro dos Limites
Onde: Galeria André Milan (r. Francisco Leitão, 134, Pinheiros, tel. 011/852-5722 e 852-3576)
Quando: A partir de hoje, às 21h, até dia 24, das 10h às 19h (segunda a sexta) e das 11h às 14h (sábados)

A exposição "EUA Dentro dos Limites", que será aberta hoje na Galeria André Milan, pode ser vista com uma certa ironia. Afinal, para os artistas contemporâneos norte-americanos —filhos dos expressionistas abstratos e suas enormes telas monocromáticas e acostumados a graúdas instalações— a tarefa de criar uma obra de arte com, no máximo, 8 cm quadrados deve ter sido sacrificante.
A mostra é, na verdade, uma espécie de resposta norte-americana ao projeto inicial brasileiro, viabilizado pelo próprio Bob Nunget, junto com Otavio Roth. Em 1992, na galeria Documenta, a dupla de artistas-curadores convidou 214 artistas nacionais —entre eles Baravelli, Leda Catunda, Feres Khoury, Regina Silveira, Renina Katz e Ubirajara Ribeiro— para criar mini-obras, de 3,5 cm quadrados, sob o tema "Brasil".
Assim foi feito. Dois anos depois, com a morte de Roth, Nugente decidiu, sozinho, convocar 79 artistas norte-americanos, vindos de estados diferentes e operando com materiais e mídias diversas, para encarar esse desafio.
O resultado é, no mínimo, divertido. Além do ecletismo de temas e meios, o curador também misturou iniciantes a consagrados. Há um pequeno desenho com traçados paralelos do prestigiado Sol Lewitt e uma aquarela figurativa e bem-humorada do também reconhecido William Wiley.
Mas os trabalhos mais atraentes foram concebidos por artistas desconhecidos entre nós. Tim McDonell mostra um "Corno" em encáustica. O artista performático Michel Schnorr cria um minimanifesto, "A Pound of Flesh" (que poderia ser traduzido como "Um Quilo de Carne"), em que usa seu próprio sangue para traçar a fronteira entre EUA e México.
Terry Allen, que além de pintor é letrista de canções dos "Talking Heads", enche a emblemática para "Sorria" com números 6. Barton Bens faz o que há de mais proibitivo nos EUA: corta e cola notas de dinheiro. Dawn Nardi, uma escultora de Illinois, usa pedaços de madeira e pregos de cobre para conceber uma minúscula, mas potente, forma escultural.

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