São Paulo, sábado, 11 de fevereiro de 1995
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Serra diz que Nordeste será 'questão nacional'

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O ministro do Planejamento, José Serra, disse ontem na Sudene que o governo vai "desregionalizar a questão nordestina", passando a tratá-la como "uma questão nacional".
"O desenvolvimento do Nordeste faz parte do desenvolvimento do Brasil", disse em discurso.
Além da desregionalização, Serra disse que o governo federal terá duas outras atitudes em relação ao Nordeste: a primeira de dizer "não ao catastrofismo" e a segunda de "rejeição à grandiloquência".
Ele falou na reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, que teve participação dos nove governadores da região mais o de Minas Gerais (Eduardo Azeredo, PSDB) e de outros cinco ministros.
Serra disse que o Nordeste possui "duas importantes instituições": a Sudene e o BNB, mas que elas precisam ser "um braço do planejamento nacional" e não "simples órgãos regionais confinados".
Para José Serra, o Nordeste não pode ser visto como uma região onde existe apenas pobreza. Para ele, a região hoje está marcada "mais pelos contrastes sociais que pela pobreza".
Ele disse que o Nordeste possui "um enorme potencial", mencionando que o PIB da região é atualmente superior ao de pelo menos 63 países.
O ministro disse ainda que do início da década de 60 até hoje o Nordeste teve um crescimento acima da média brasileira.
José Serra encerrou o discurso afirmando que todos ali presentes "podem confiar em um governo que repudiou, repudia e repudiará promessas fáceis e mirabolantes".
Em seguida foi a vez de os governadores discursarem. Albano Franco (PSDB) de Sergipe, defendeu a criação de um "Fórum dos Governadores".
Roseana Sarney (PFL), do Maranhão, qualificou a Petrobrás de "desleal" por ter deixado nas mãos do presidente Fernando Henrique a decisão sobre qual Estado nordestino deveria receber a refinaria da Petrobrás.
O governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), disse que a reunião mostra a "atenção que o presidente dá ao Nordeste" .

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