São Paulo, sábado, 11 de fevereiro de 1995
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Tumulto na Câmara deixa 8 feridos

CLAUDIO AUGUSTO
e ANTONIO ROCHA FILHO

CLAUDIO AUGUSTO; ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 3.000 funcionários públicos municipais sitiaram a Câmara dos Vereadores ontem para tentar impedir a votação do projeto que altera a política salarial dos servidores.
No confronto entre policiais militares e manifestantes, oito pessoas ficaram feridas (quatro PMs e quatro servidores).
O momento de maior tensão aconteceu por volta das 20h. Os sindicalistas estavam muito próximos do cordão de isolamento que a Polícia Militar havia montado em frente à Câmara para impedir a entrada dos servidores.
Enquanto os manifestantes atiravam paus, latas e algumas pedras contra os policiais, a tropa respondia com golpes de cassetete.
Somente depois que alguns vereadores do PT deixaram o plenário e foram até a rua a PM autorizou a entrada dos feridos no prédio da Câmara.
Após a confusão, o presidente da Câmara, Miguel Colasuonno (PPR), resolveu suspender a sessão e convocar uma extraordinária para segunda-feira. Os sindicalistas prometem nova manifestação.
O presidente do sindicato dos professores, Cláudio Fonseca, discutiu com o vereador Brasil Vita (PTB), líder do governo.
Um PM à paisana tentou prender Fonseca. O sindicalista passou mal em meio ao tumulto e foi atendido pelo serviço médico da Câmara.
Segundo ele, não é razoável quase dobrar os salários dos servidores em uma economia cuja inflação tende a zero. "Essa lei é parte do entulho inflacionário", disse o prefeito anteontem.
Os sindicalistas afirmam que o reajuste vai repor as perdas sofridas durante os primeiros dois anos da administração Maluf.
Por isso, não aceitam a revogação da lei, aprovada durante a gestão Jânio Quadros.

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