São Paulo, sábado, 11 de fevereiro de 1995
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Governo estuda corte no IPI do carro médio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ministra Dorothéa Werneck (Indústria, Comércio e Turismo) afirmou que o governo poderá criar uma nova faixa de alíquota do IPI para os carros nacionais.
"Isto não vai demorar", anunciou a ministra. Hoje, existem três faixas de IPI para os automóveis: 8% para os populares —ainda não publicada pelo "Diário Oficial da União"—, 25% para veículos médios e 30% para veículos de luxo.
A Folha apurou que a idéia do governo é subdividir em duas a alíquota dos carros médios. Os modelos de 1.400 e 1.600 cilindradas teriam seu IPI reduzido para uma faixa entre 10% e 15%.
Os demais modelos considerados médios permaneceriam na alíquota de 25%. O Ministério da Fazenda e a Receita Federal são contra a subdivisão da atual alíquota do IPI para os carros médios.
Dorothéa Werneck reagiu ontem às críticas contra o aumento de impostos no setor automobilístico. "O papel do governo é ter uma visão de conjunto e de longo prazo. O papel de cada empresa é olhar para o seu negócio", disse ela.
Dorothéa afirmou que os objetivos do governo, com as últimas medidas tomadas na câmara setorial automotiva, são aumentar investimentos na indústria, expandir a produção e acabar com o ágio.
A ministra não soube explicar porque, até ontem, o "Diário Oficial da União" ainda não havia publicado o decreto que aumenta a alíquota do Imposto de Importação dos carros de 20% para 32% —outra decisão da câmara setorial.
Ela considerou "natural" a onda de reclamações contra as medidas da câmara setorial. "É óbvio que alguém pode se sentir prejudicado" por alguma das decisões.
Dorothéa procurou justificar o aumento do IPI na faixa dos carros populares. Segundo ela, devido ao aumento das vendas nessa faixa, a alíquota de 0,1% acabaria levando a uma renúncia fiscal excessiva.

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