São Paulo, sábado, 11 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Imposto sobre caminhões divide a equipe

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

A proposta de aumentar o imposto de importação de ônibus e caminhões divide a equipe econômica. A Folha apurou que há oposição a essa proposta na área do Ministério da Fazenda.
Essa divergência impede a publicação do decreto que elevará de 20% a 32% a alíquota de importação de automóveis.
Ocorre que havia acordo dentro do governo apenas para a elevação da alíquota dos automóveis, que são bens de consumo. Mas, segundo a Folha revelou ontem, a Câmara aprovou e a ministra da Indústria e Comércio, Dorothéa Werneck, aceitou elevar também o Imposto de Importação de ônibus e caminhões.
Essa novidade, mantida em sigilo até ontem, constou da proposta de decreto que o Ministério da Indústria e Comércio enviou para a Fazenda. E por isso mesmo o decreto parou lá.
Desde segunda-feira, Dorothéa Werneck vem dizendo que o decreto seria publicado "amanhã". E todo dia há um novo adiamento. Ontem, de novo se dizia que o decreto sai na próxima segunda-feira.
Oficialmente, o governo não confirmou nem desmentiu que ônibus e caminhões entrarão no decreto. Ocorre que ônibus e caminhões são bens de produção. Aumentar o imposto de importação significa aumentar os custos de empresas de transportes de passageiros e cargas.
E isso ocorre em um momento em que a indústria local não dá conta da demanda. Ou seja, o aumento dos importados abre espaço para o aumento do produto local.
Além disso, o ministro Pedro Malan (Fazenda) tem dito que o objetivo da política econômica é reduzir o custo de produção.
A CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgou ontem nota oficial protestando contra o aumento de 20% para 32% da alíquota do Imposto de Importação para ônibus e caminhões.

Colaborou a Sucursal de Brasília

Texto Anterior: Carro médio terá IPI menor, diz Dorothéa
Próximo Texto: Carro importado é opção 'mais barata'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.