São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 1995
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Líder vê barganha de diálogo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), ficou radiante por causa dos elogios de FHC a seu partido, publicados pela Folha na última quinta-feira. "O presidente disse que somos o melhor partido, que abandonamos o fisiologismo", comemorou Inocêncio.
A matéria, na verdade, informava que FHC considera os pefelistas "menos fisiológicos" atualmente. O líder do PFL também comentou o fato de FHC admitir, em diálogos reservados, que fará "barganhas" com os partidos para aprovar as reformas constitucionais.
"Ele deve estar se referindo a barganhar diálogo, barganhar entendimento", disse Inocêncio.
O líder pefelista não demonstrou contrariedade sequer quando cinco propostas de emendas constitucionais do governo foram encaminhadas ao PT, antes de serem apresentadas aos partidos aliados.
"Eu não preciso tomar conhecimento das emendas, pois são as mesmas apresentadas pelo meu partido na Constituinte", afirmou.
Alguns parlamentares do PFL se consideram mais próximos do presidente do que os próprios integrantes do PSDB —e fazem questão de alardear exemplos para comprovar a tese.
"No primeiro encontro após a posse do Congresso, FHC disse a Sarney que ele deveria comemorar o fato de haver dois pefelistas na Mesa do Senado", disse um senador.
O mesmo parlamentar, porém, adverte que o partido não se satisfaz apenas com elogios. "Não é nomeando petistas como a Irma Passoni que o presidente vai contentar os aliados", comentou.
A lembrança de Passoni se dá num momento em que as relações de FHC com o PFL sofrem um pequeno abalo, maximizado pela reação do senador Antônio Carlos Magalhães (BA).
Passoni vai para o Ministério das Comunicações para tentar dar uma aparência de "controle social dos meios de comunicação", como defendeu o ministro Sérgio Motta em seu discurso de posse.
ACM, ex-ministro das Comunicações, além de não ver qualquer virtude no tal controle, reagiu às acusaçÕes de uso político do ministério nos anos 80, quando ele, ACM, foi ministro.

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