São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 1995
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Imóvel a preço de custo traz vantagens

VERA BUENO DE AZEVEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

O preço de custo para a construção de prédios começa a voltar ao mercado imobiliário, depois de cinco anos praticamente esquecido pelas empresas do setor.
A economia estabilizada e a inflação baixa criam as condições ideais para o sistema, que tem como base o planejamento da receita e das despesas no decorrer da obra.
Seu funcionamento é simples. A construtora compra um terreno e faz o projeto do empreendimento. Acrescenta às despesas seu lucro e vende à vista ou em curto prazo as frações ideais (partes que correspondem a cada apartamento).
Depois, os compradores vão pagando as etapas da construção, conforme elas vão sendo realizadas. Quando o prédio estiver pronto, o imóvel estará quitado.
A construtora responsável pela obra cobra uma taxa de administração, geralmente de 18% a 20% do custo total, distribuída nas prestações. Em outros sistemas de financiamento, o lucro da empresa costuma ser de no mínimo 25%.
Segundo Sérgio Ferrador, vice-presidente do Secovi (sindicato das construtoras), no preço de custo é possível cobrar um percentual menor, porque a construtora não financia a obra. "O risco da empresa acaba com a venda do terreno, pois quem paga a construção são os compradores", afirma.
Para o comprador, além da redução do preço do imóvel, que pode chegar a 40% se forem tomados os cuidados necessários (ver quadro ao lado), a grande vantagem está na flexibilidade do sistema.
Se o grupo estiver sem dinheiro, por exemplo, uma construção prevista para 18 meses pode ser ampliada para dois anos. Assim, com as obras em ritmo mais lento, as prestações serão menores.
O inverso também é verdadeiro. Havendo maior disponibilidade financeira dos compradores, o ritmo da construção pode ser acelerado.
Além disso, o comprador pode dar ao apartamento a forma e o acabamento que desejar. É possível alterar ambientes, mudar pisos, portas etc. Ou seja, você pode ter um imóvel "personalizado".
O principal risco está na inadimplência (atraso no pagamento das prestações) de integrantes do grupo. Isso pode prejudicar bastante o andamento da obra.
Uma empresa desonesta também complica muito a vida dos compradores, com desvio de materiais para outras obras ou para revenda, cobranças indevidas etc.

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