São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 1995
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Sometimes you get what you want

DALMO MAGNO DEFENSOR
ESPECIAL PARA O TV FOLHA

Gosto dos Rolling Stones o suficiente para ter meia dúzia de CDs e uma fita muito ouvida no carro. Adolescente, assisti "Gimme Shelter" no Bijou, único cinema de São Paulo (com programação decente) onde se fazia vista grossa à entrada de menores. Curiosamente, desse filme só lembro bem do assassinato e de Tina Turner bolinando o microfone no show de abertura. Dos Stones, quase nada.
Para minha feliz surpresa, não houve comerciais durante o show, e foi dada apenas uma chance —bem aproveitada, aliás— para dizerem abobrinhas entre as músicas: antes do bis, Mauricio Kubrusly disse "é um prazer ver esses senhores de 51 anos trabalhando desse jeito", como se um recém-cinquentão devesse estar caquético, e chamou Keith Richards de Keith Jarret.
Foi um show de gente grande, profissional e competente: arroz com feijão dos mais saborosos. Talvez a apresentação dos componentes da banda fosse mais adequada se feita ao som dos primeiros versos de "Sympathy for the Devil": "Por favor, permita que me apresente: sou um homem rico e de bom-gosto..."

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