São Paulo, segunda-feira, 13 de fevereiro de 1995
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Ópera narra vida de vereador gay dos EUA

Milk foi assassinado em São Francisco, em 1978

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Estréia em abril em Nova York a ópera "Harvey Milk", baseada no assassinato do primeiro funcionário público a assumir publicamente sua homossexualidade na história dos EUA. Harvey Milk era vereador de San Francisco.
A ópera foi criada pelo compositor texano Stewart Wallace, 39, e pelo libretista novaiorquino Michael Korie, 34. Já foi mostrada em Houston e estreará oficialmente no Metropolitan de Nova York. Em 1996, deve chegar a San Francisco.
Harvey Milk, nascido em 1930, candidatou-se a vereador em 1976 com o slogan "sou homossexual" e foi eleito em sua cidade com votação expressiva.
Sua vitória gerou a formação de um partido político democrata-liberal, cujos integrantes demonstravam abertamente sua simpatia pela causa homossexual.
Milk foi assassinado com um tiro no dia 27 de novembro de 1978, quando ia assistir a uma apresentação de "Tosca" na Ópera de San Francisco.
O assassino era Dan White, um vereador que havia renunciado ao cargo e queria retomá-lo. Poucos minutos antes de matar Milk, assassinara o prefeito de San Francisco, George Moscone.
White renunciou por motivos econômicos, alegando precisar dedicar-se a negócios privados. Uma semana depois, mudou de idéia e pediu ao prefeito, um democrata amigo de Milk, a reintegração ao cargo.
O pedido foi negado, e White concluiu que a recusa do prefeito era devida à influência de Milk. Matou Moscone e Milk.
Foi condenado a apenas cinco anos de prisão, o que provocou ondas de revolta e violência em San Francisco.
Sua libertação dois anos e meio depois causou novas ondas de protesto na cidade. White passou a receber constantes ameaças de morte, até se suicidar.
A ópera "Harvey Milk" é dividida em três atos: "Closet", que pede que os gays "saiam do armário" e se organizem politicamente; "Castro", que retrata o bairro onde Milk militava; e "City Hall", que narra o assassinato.

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