São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
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Darcy reassume vaga no Senado

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O senador Darcy Ribeiro (PDT-RJ), 72, volta hoje a Brasília para reassumir a vaga no Senado com projetos que vão desde a publicação de uma biblioteca básica para estudantes e o salário mínimo de R$ 150,00 até mudanças no cheiro da cola de sapateiro.
Nos últimos dois meses, ele sobreviveu a uma pneumonia no único pulmão —já havia perdido o outro devido a um câncer—, fugiu de um Centro de Tratamento Intensivo para passear na praia e enfrentou uma radioterapia para controlar um câncer na próstata.
O câncer não parece ter abalado o ânimo de Darcy Ribeiro. "Estou muito bem, minha filha, muito bem. Só estou careca, mas estou lindo", disse Darcy, rindo.
O senador se diz "ótimo, pronto para tudo". E deu mostras de que seu costumeiro turbilhão de idéias continua ativo, listando os projetos que vai apresentar.
O projeto que o senador considera mais importante é uma nova edição da Biblioteca Básica Brasileira, que ele publicou quando era ministro da Educação do governo João Goulart, em 1962.
A idéia é usar a gráfica do Senado para imprimir 30 mil exemplares das cem obras mais importantes da literatura brasileira e distribuir às escolas. "A gráfica do Senado precisa fazer alguma coisa útil, então vamos imprimir estes livros. Assim, o estudante brasileiro poderá ler 'Casa Grande e Senzala' e 'Os Sertões' na própria escola".
Darcy defendeu o salário mínimo de R$ 150 e criticou o veto de FHC ao mínimo de R$ 100. Outro projeto é obrigar os fabricantes de cola de sapateiro a pôr uma substância fétida no produto: "Assim a cola não vai ter esse cheiro irresistível nem vai matar milhares de crianças", disse.

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