São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995 |
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Hospital municipal atende 12 pessoas
LUÍS EDUARDO LEAL
A maioria dos feridos apresentava contusões provocadas por cassetetes, como luxação nos braços e traumatismos na cabeça. "Apanhei quando tentava ajudar um colega a se levantar", disse o professor Paulo Sergio Pelegrini, 36, que ganha R$ 550,00 por jornada semanal de 40 horas e teve o braço direito enfaixado. "Caí no chão e continuei apanhando", disse o motorista Isaías da Silva, 54, três pontos na cabeça, salário de R$ 200,00. "A polícia nos encurralou. Não houve como escapar", disse o arquiteto Fernando Brandão, 39, dez anos de prefeitura e salário mensal de R$ 400,00 por seu trabalho em "regime de dedicação exclusiva". No hospital, da prefeitura, havia ontem à noite 14 pacientes em macas no pronto-socorro —entre eles, indigentes e um paciente com Aids em estado avançado. O chão estava encardido e havia pacientes em lençóis manchados de sangue. Durante os 45 minutos em que a Folha esteve no hospital, foram vistos dois médicos e três funcionários da enfermagem circulando pelo PS. Havia nove pessoas na sala dos médicos assistindo TV. A Folha não conseguiu falar com a direção do hospital. Texto Anterior: Salário tem reajuste de 6% e abono de R$ 40 Próximo Texto: Chavões marcam manifestação Índice |
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