São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
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Chavões marcam manifestação

DA REPORTAGEM LOCAL

Os servidores municipais misturaram ontem chavões de manifestações públicas com preocupações políticas específicas.
Enquanto funcionário Elias de Paula abanava para os vereadores, durante a votação, a camisa suja de sangue de um amigo ferido pela polícia, o motorista da Secretaria do Abastecimento Cláudio Pasqualine procurava saber se o vereador que ele ajudara eleger havia votado em favor dos funcionários.
"Esta camisa está manchada com o sangue do povo", gritava Paula. Ao seu lado, Pasqualine deu um suspiro de alívio ao saber que o seu vereador, Bruno Feder (PL), não havia votado com o governo.
"A gente tem de acompanhar o voto dos nossos representantes para não fazermos besteiras nas próximas eleições", afirmou o motorista, que chegou à Câmara às 14h.
Segundo ele, o acompanhamento dos atos dos vereadores pelos eleitores é importante porque "tem muito político fazendo sacanagem demais".
O eletricista Paulo Siqueira de Souza, 32, que trabalha no Hospital Tide Setúbal, na zona leste de São Paulo, também fazia discurso com a camisa cheia de sangue.
"O Maluf está roubando a gente", gritava ele, que foi atingido por golpes de cassetete. Disse também que foi contratado por concurso e está há 12 anos na prefeitura. "Trabalho duro e ganho menos de R$ 200,00 por mês."

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