São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
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Reitor critica corte de verba

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Associação Nacional das Instituições de Ensino Superior (Andifes), Newton Mota Lima, 42, disse ontem que "não concorda com as declarações de FHC".
Segundo Lima, reitor da Universidade Federal de São Carlos, as federais vêm tendo cortes frequentes em seus orçamentos, especialmente desde que foi criado o Fundo Social de Emergência (que ficou com recursos de saúde e educação).
"As federais não gastam muito. O volume de recursos por docente é 40% menor que o das universidades públicas paulistas", disse.
Devido ao contingenciamento de recursos federais (interrupção a princípio temporária da liberação de verba prevista no Orçamento), as universidades federais receberam até agora praticamente apenas o dinheiro referente à folha de salários, segundo o presidente da Andifes.
Ele diz que as universidades não estão tendo como pagar contas de água, luz e os fornecimentos para os hospitais universitários. Os salários e aposentadorias consomem 95%, em média, dos orçamentos das federais.
Para o reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Tomaz Aroldo da Mota Santos, as federais "sempre se adaptaram a conjunturas financeiras desfavoráveis, mas o atual orçamento já as faz conviver com carências crônicas".
Segundo Santos, a perspectiva de corte de verbas não vai criar estímulo a atividade acadêmica: "Vai haver uma auto-censura no planejamento de atividades acadêmicas".
O reitor da UFMG e Lima consideram a vinculação do orçamento universitário a um imposto (as universidades recebem uma porcentagem fixa da arrecadação do ICMS) perigosa, devido à variação da arrecadação.

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