São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995 |
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BC argentino vai restringir fuga de capitais
SÔNIA MOSSRI
Segundo Fernández, a idéia é evitar o resgate de "mais de 0,5% dos depósitos a prazo fixo". Ele explicou que o objetivo seria reduzir a fuga de capital do sistema financeiro, desencadeada pela crise mexicana. O BC dá garantia para qualquer tipo de depósito ou caderneta de poupança. Isso aumenta a insegurança dos investidores por causa das dificuldades de muitos bancos em pagar os compromissos em dia. O presidente do BC informou que existe um projeto em discussão com os bancos para criar um mecanismo de seguro privado para o sistema financeiro. Bancos estatais argentinos (Nación e Província) estão atuando na Bolsa de Valores de Buenos Aires para evitar uma queda maior no mercado de ações. Apenas na semana passada, a Bolsa registrou uma queda de 11%. Ontem voltou a cair: 2,04%. Nación e Província já adquiriram nos últimos dias US$ 1 milhão em ações. Com o ingresso das duas instituições estatais, o governo Menem busca regular as operações na Bolsa. A movimentação diária no mercado de ações chegou ao nível mais baixo nos últimos quatro anos, desde a implantação do Plano Cavallo, em abril de 91. A intenção do Ministério da Economia é colocar os bancos estatais para comprar ações para tentar evitar quedas diárias recordes na Bolsa, como as de até 7% ocorridas recentemente e tentar impulsionar o mercado de ações. Teste Hoje, o ministro da Economia, Domingo Cavallo, enfrentará o primeiro teste de credibilidade do mercado financeiro no programa de estabilização desde a crise mexicana. O governo Menem tentará vender Letras do Tesouro, em dólares e pesos, somando US$ 200 milhões. A colocação de títulos públicos estava suspensa desde a instalação da crise do México. Cavallo precisa buscar recursos no mercado para pagar encargos da dívida externa relativos ao primeiro trimestre do ano. O Congresso resiste em aprovar pacote de cortes nos gastos, o que gera inquietação no mercado. Para complicar, a Justiça considerou ontem inconstitucional decreto de Menem, assinado em janeiro, que suspende até abril o pagamento pelo governo de ações judiciais de recomposicão das aposentadorias e pensões. A suspensão do pagamento implicaria numa economia de US$ 400 milhões. Texto Anterior: Uma política para os bancos públicos Próximo Texto: México ganha apoio dos BCs Índice |
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