São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
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Paulo Coelho vende 250 mil na França

ANDRÉ FONTENELLE
DE PARIS

O romance "O Alquimista", de Paulo Coelho, já vendeu 250 mil exemplares na França. A tradução francesa do best seller, lançada em julho de 94, se tornou um fenômeno de vendas inesperado.
Há 30 semanas na lista dos mais vendidos, o livro só foi destronado do primeiro lugar na semana passada, pelo último Milan Kundera ("La Lenteur"), outro frequentador habitual das listas de mais vendidos na França.
"L'Alchimiste", da editora Anne Carrière, foi indicado para o Médicis, um dos mais importantes prêmios literários da França.
A editora também publicou uma edição de luxo ilustrada pelo desenhista Moebius, um dos maiores nomes da HQ européia.
No ano que vem, o romance deve aparecer em livro de bolso, na coleção J'ai Lu.
Anne Carrière, 50, que fundou a pequena editora há apenas dois anos, se diz "très, très, très contente" com o sucesso. Ela conheceu o livro por indicação de um amigo que o lera em espanhol.
"Não me surpreendeu, porque sabia que o livro dera certo em outros países", afirma. "Mas achávamos que depois do Natal as vendas cairiam, o que não ocorreu."
Para ela, a discussão sobre o valor literário da obra é inútil: "O que é literatura? Para mim, o livro de Paulo é. Os que o criticam são invejosos. Ele toca o coração."
O cineasta Claude Lelouch, conta Carrière, a procurou, perguntando se os direitos do livro para o cinema já haviam sido vendidos, "porque era um dos melhores livros que já lera".
Outro que está interessado em transformar Paulo Coelho em filme é o diretor Roman Polanki, que pediu a Warner o roteiro de "As Valquírias".
A crítica francesa, em geral, foi positiva, embora alguns, como a revista "Le Nouvel Observateur", tenham sido menos indulgentes.
A editora pretende lançar ainda no primeiro semestre a tradução de "Na Margem do Rio Piedra Sentei e Chorei".
Paulo Coelho esteve na França para divulgar o livro no primeiro e no segundo semestres de 94.
O âncora mais famoso da TV francesa, Patrick Poivre d'Arvor, perguntou-lhe em um programa, com uma ponta de ironia, se não achava "O Alquimista" parecido com "O Pequeno Príncipe", do francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944).
"Para mim é uma honra ver meu livro comparado a um clássico", respondeu Coelho.

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