São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
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Competição está sem favoritos

AMIR LABAKI
DO ENVIADO ESPECIAL

Berlim-95 é um festival sem estrelas e, até agora, sem favoritos. Ao menos o principal concorrente de ontem, o filme "Hades", do alemão Herbert Achternbusch, teve a virtude de quebrar a monotonia.
É um filme estranho, propositadamente posado e artificial, que tem por protagonista um macabro sobrevivente da perseguição que os nazista promoveram contra os judeus.
Hades, interpretado pelo próprio Herbert Achternbusch, é dono de uma loja de objetos funerários em Munique. Um atentado a bomba destrói sua loja e ele passa então a perambular pela cidade, contando sua história.
É este o melhor momento do filme: Achternbusch utiliza ficcionalmente trechos de documentários de guerra sobre os guetos para judeus e os articula com cenas complementares rodadas por ele mesmo.
Pena que ao fim de tudo ele perca a mão e encerre o filme com um longuíssimo trecho mudo em super-8, em que posa de guru. Ainda assim, "Hades" apresenta dos poucos momentos originais de cinema vistos até aqui na competição.
A disputa prossegue hoje com três filmes: "El Callejon de los Milagros", do mexicano Jorge Fons, "Transatlantis", do alemão Christian Wagner, e "Before Sunrise", do americano Richard Linklater.
(AL)

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