São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
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Greenaway faz arte em Veneza

PETER GREENAWAY

"Veneza. Um festival, mas não o Festival de Cinema de Veneza —a Bienal de Veneza. A prefeitura da cidade me emprestou o palácio Fortuny por cem dias, para fazer uma exposição-instalação. (...) Na busca de um cruzamento das disciplinas culturais, deve-se fazer um evento. Para mim isso significa uma exposição —cinema-pintura-televisão com arquitetura— um filme tridimensional que dura o dia todo durante cem dias com uma platéia que não está presa à cadeira —muito bom para perder esta oportunidade de fazer um ensaio sobre mega-cinema. Meus grandes esquemas foram comprometidos pelas circunstâncias, principalmente políticas. (...) Com Ben van Os, Jan Roelfs e Renier van Brummelen, cobrimos o interior com cortinas azuis e prateadas de Carpaccio e bandeiras carmim de Crivelli. Transformamos o primeiro piso do palácio num cenário de cinema que sugeria que Mariano Fortuny tinha acabado de deixar a sala. Ele morreu em 1947 e sua última xícara de café foi mantida quente e seu último cigarro se manteve aceso —por 46 anos. Os visitantes são os extras neste filme hipotético. Para começar, eles podem sentir o cheiro do café e respirar a fumaça."

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