São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
Próximo Texto | Índice

Acertado cessar-fogo na Tchetchênia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As Forças Armadas russas e os separatistas da República da Tchetchênia acertaram ontem um cessar-fogo imediato para as armas pesadas na república.
O acordo foi obtido em uma reunião de cinco horas em Ordzjonikidze, na vizinha Inguchétia.
O cessar-fogo foi anunciado aos jornalistas pelo comandante das forças do ministério do Interior russo na república, general Anatoli Kulikov, e o comandante-em-chefe das forças rebeldes tchetchenas, Aslan Masjadov.
"Chegamos a acordos sobre muitos assuntos", disse Masjadov na saída da reunião, afirmando que o líder tchetcheno, Djokhar Dudaiev, foi mantido informado de toda a negociação.
O general Kulikov disse que a ordem de cessar-fogo já havia sido passada às forças russas. "A questão da retirada de Grozni (a capital) será objeto de futuras negociações, mas assim mesmo nós já iniciamos a retirada da cidade".
Segundo o russo, "o mais importante é que as negociações foram retomadas".
A agência oficial russa Itar-Tass comunicou ontem que o acordo inclui também troca de prisioneiros. Não foram dados mais detalhes sobre esse ponto.
As duas partes devem retomar as negociações na próxima quarta-feira.
Antes do anúncio do cessar-fogo, o Exército russo continuava suas operações na Tchetchênia. Ontem, os russos teriam atacado Argun, a 16 quilómetros de Grozni, mas, segundo os tchetchenos, teriam sido detidos.
O ataque ocorreu na madrugada de ontem, antes do cessar-fogo. Os tanques teriam tentado, sem sucesso, romper as defesas tchetchenas próximas ao rio Argun durante uma hora e meia de combates.
Argun, que parece ter se transformado no maior objetivo militar por parte dos russos, já havia sido bombardeada no domingo.
Segundo o ministro de Informação dos rebeldes tchetchenos, Movladi Udugov, foram registrados tiros em Grozni no domingo, apesar de os tchetchenos terem anunciado a retirada da cidade.
Udugov disse ainda que os russos teriam tentado matar Dudaiev no domingo.
O episódio teria ocorrido em Gudermes, a 40 quilómetros da capital. Um grupo de "suspeitos" foram presos e interrogados, confirmando estarem seguindo o líder tchetcheno a mando dos russos.

Próximo Texto: Julgamento na França envolve políticos, empresários e jornalistas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.