São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 1995
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Ministros modificam o discurso

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os ministros de Fernando Henrique adaptaram suas palestras sobre reforma constitucional à platéia, composta ontem por lideranças sindicais.
O seminário foi o sexto apresentado pelos ministros Nelson Jobim (Justiça), José Serra (Planejamento), Pedro Malan (Fazenda), Luiz Carlos Bresser Pereira (Administração) e Reinhold Stephanes (Previdência).
Nos cinco primeiros, apresentados para bancadas de partidos e empresários, o roteiro foi praticamente o mesmo. Ontem, a primeira mudança foi sentida com a presença do ministro do Trabalho, Paulo Paiva, responsável pela apresentação dos demais ministros.
Para explicar o que o governo pretende ao defender a desconstitucionalização, Jobim recorreu a um tema conhecido das centrais sindicais —a unicidade sindical, prevista no artigo 8º da Constituição.
Deixando claro que o governo não pretende alterar o dispositivo, Jobim disse que este era um exemplo de dispositivo acessório que poderia estar previsto em uma lei complementar ou ordinária por não ser um tema constitucional específico.
Na Constituição, disse, bastaria o "caput" do art. 8º, que assegura o direito à livre associação profissional ou sindical.
Pedro Malan aproveitou a presença de sindicalistas para defender o veto ao salário mínimo. "É um ato de irresponsabilidade defender o aumento imediato sem responder de onde virá o dinheiro", disse.
Segundo ele, "qualquer brasileiro com um mínimo de consciência sabe que o salário mínimo é baixo", mas o aumento tem que levar em conta o impacto sobre a Previdência: "O aumento, por si só, pode acarretar o aumento da inflação".

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