São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 1995 |
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Presos fazem rebelião de 30 horas em SP
DA FOLHA SUDESTE A rebelião dos 172 presos da Cadeia Pública de Piracicaba (SP) terminou às 16h10 de ontem com a suspensão da transferência do preso Sidnei Fuentes, 35, para a cadeia de Araraquara.A rebelião durou ao todo 30 horas e deixou pelo menos cinco presos feridos. A transferência de Fuentes foi o estopim da rebelião. De acordo com a polícia, ele seria um "agitador" e exerceria liderança entre os presos. Fuentes teve seu antebraço direito quebrado. Não houve feridos entre os 50 policiais que acompanharam a rebelião. "Os presos foram feridos pelos companheiros de xadrez e Fuentes quebrou o antebraço no momento em que esmurrou o portão de uma das celas", afirmou o diretor da cadeia, Luís Virgílio Caramanti, 37. O advogado de Fuentes, Homero de Carvalho, 43, disse que ele foi ferido por policiais militares na manhã de ontem. Fuentes foi medicado no pronto-socorro municipal e passou por um exame de corpo delito no IML (Instituto Médico Legal) de Piracicaba. Depois do atendimento médico, ele voltou para a cadeia, mas a direção decidiu transferir, às 16h30, 25 presos para as cadeias de Rio Claro, Araras, Leme, Limeira e Pirassununga. Acordo Pelo acordo firmado entre a diretoria da cadeia e os rebelados, os carceiros e a PM (Polícia Militar) somente poderão fazer revistas nos presos e nas celas a partir das 8h de hoje. A cadeia de Piracicaba tem capacidade para 48 presos, mas abrigava até ontem 172 pessoas. A cidade tem um presídio com capacidade para 500 presos que ainda não foi inaugurado. As famílias dos presos acompanharam, do lado de fora, toda a rebelião. Elas acusam a direção da cadeia de ser conivente com torturas sofridas pelos presos. O diretor da cadeia disse que essas denúncias estão sendo apuradas em sindicância interna e em inquérito aberto na Seccional de Polícia da cidade. Texto Anterior: Raça de palmares Próximo Texto: Presos explodem muro em tentativa de fuga Índice |
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