São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 1995
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Preço de hortifrúti tem alta até fim de março

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O consumidor continuará pagando até 75% mais pelos hortífrutis pelo menos nos próximos 40 dias, tempo mínimo suficiente para que os agricultores comecem a normalizar a produção, fortemente prejudicada pela chuva.
A previsão é de Paulo José Curiati, chefe do departamento de Economia do Ceagesp, a companhia de entrepostos de São Paulo.
Somente nas últimas três semanas, segundo a Ceagesp, a cenoura teve alta de 74,93% e a batata subiu 13,10%. Tomate e escarola aumentaram 7,76% e 6,87% respectivamente.
Na comparação com a época de implantação do real, a cenoura também é a campeã dos reajustes, com mais 383%, seguida pela alta do chuchu (308%) e do tomate (217%).
Estes reajustes também devem trazer impacto nas próximas taxas de inflação.
Juarez Rizzieri, da Fipe, calcula que uma alta de 50% no preço dos hortífrutis trará aumento de 0,3% na inflação de fevereiro. Em janeiro, a Fipe apurou alta de 0,8% no Índice de Preços ao Consumidor.
Verduras (com peso de 0,5%) e legumes (peso de 0,78), além de cigarros e aluguéis são os fatores que estão pressionando o índice da Fipe para cima.
Nas contas de José Maurício Soares, secretário-técnico do Dieese, um aumento médio de 20% nos hortífruti trará aumento de 0,25% na inflação de fevereiro. Os produtos "in natura" pesam 1,24% no índice do Dieese.
"Numa época de inflação alta, esta porcentagem é significativa", afirma Soares.
Além do período de chuvas, que comprometeu as regiões produtoras, Soares conta que os produtos "in natura" tiveram grandes variações de preços nos últimos 12 meses, consequência das mudanças climáticas, como a geada de junho e a seca em setembro passados, e o aumento de demanda pelos produtos.
Nos últimos 12 meses, terminados em janeiro, as frutas subiram 1,533% e as hortaliças 1.151% para uma inflação de 915% apurada pelo Dieese.

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