São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 1995 |
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Argentina decide eliminar sigilo bancário
SÔNIA MOSSRI
Na prática, isto elimina o sigilo bancário no sistema financeiro. A medida atinge todo tipo de depósito bancário —aplicações a prazo fixo, conta corrente, caderneta de poupança e vale postal. A nova decisão do titular da DGI, Ricardo Cossio, surpreendeu a Adeba (Associación de Bancos Argentinos). A entidade avalia que isto poderá afastar ainda mais os investidores do sistema bancário, afetado por constantes especulações de quebra de instituições desde a crise na economia do México. Os vencimentos diários de todo tipo de depósito a prazo fixo não poderão ultrapassar 0,5% da carteira de cada banco. Os banqueiros estão irritados com isto porque obrigaria as instituições financeiras a recusar investidores que não queiram ampliar os prazos de suas aplicações. Dados oficiais do próprio Banco Central alarmaram a Casa Rosada e comitê da campanha do presidente Carlos Menem, candidato à reeleição nas eleições de maio. No período de 20 de dezembro, início da crise mexicana, a 6 de fevereiro, cerca de US$ 3,7 bilhões saíram do sistema bancário argentino., o que representa uma evasão diária em torno de US$ 70 milhões. A oferta de títulos de ontem é a primeira de uma série de sete que o governo fará até março para obter US$ 1,7 bilhão —recursos essenciais para pagamento de encargos da dívida interna e externa. Menem reuniu-se com dirigentes dos principais bancos argentinos (Galicia e Roberts) e estrangeiros (Banco de Boston) para garantir a compra dos papéis. Os resultados preliminares da oferta revelaram ontem que o mercado optou pelas Letras de Tesouro em dólares, com uma taxa de juro mensal média em torno de 10%. Os grandes bancos atenderam o apelo de Menem, mas a preferência pelos papéis em dólares deixa claro que existe temor de desvalorização do peso argentino depois das eleições de 14 de maio. Texto Anterior: O lado esquecido dos fundos de pensão Próximo Texto: Bancos não querem ajudar México Índice |
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