São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 1995
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Versatilidade faz de Hanks favorito de novo

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Até que a sorte não foi ingrata. Para quem começou a vida separado da mãe (que se divorciou do pai quando ele tinha 5 anos), passou a adolescência cabulando aulas, morou de favor quando foi tentar a sorte no teatro, em Nova York, até que Tom Hanks se saiu bem.
Nascido em julho de 1956, o ator conseguiu em 1980 um pequeno papel em "Ele Sabe que Está Só" (1980). Saltou daí para o seriado de TV, "Bosom Buddies".
Acabou descoberto por Ron Howard, que o lançou como estrela em "Splash, uma Sereia em Minha Vida" (1985). Mas foi com "Quero Ser Grande" (1988), que conseguiu se impor. O filme de Penny Marshall fez um sucesso enorme e impôs seu tipo de comediante discreto.
Um passo em falso, no entanto, foi o que acabou por dar nova dimensão à sua carreira. Em 1990, Brian De Palma o escolheu para o jovem executivo pretensioso e fútil de "A Fogueira das Vaidades". O filme não emplacou, em parte porque De Palma não deixou claro que seu papel era uma paráfrase do de Tim Holt em "Soberba" (1942, Orson Welles).
Mas Hanks demonstrou ali as qualidades que o levariam a fazer o advogado com Aids de "Filadélfia" (1993, Jonathan Demme). Ganhou o Oscar de melhor ator pela primeira vez, com um papel delicado, no qual transitava por vários estados de espírito (e de corpo) com desenvoltura.
A indicação para o Oscar de melhor ator de 1994 segue-se ao triunfo no Globo de Ouro, que tem funcionado como uma prévia para o prêmio maior. Desta vez, Hanks foi indicado por "Forrest Gump", o filme em que é um homem com Q.I. abaixo da média que o acaso torna representante da América moderna. Desta vez é a ausência, a quase neutralidade com que transita por situações-chave da história recente americana que dão peso a sua interpretação. A versatilidade faz o favoritismo de Hanks.
(IA)

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