São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
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Malan admite futuras medidas anticonsumo

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ontem no Rio que o governo "em algum momento do futuro pode vir" a baixar um "conjunto de medidas" para contenção do consumo. Ele informou que não haverá nenhuma "surpresa de fim-de-semana".
Malan disse que este tipo de medida não deve surpreender ninguém, pois vem sendo tomada desde o dia 1º de julho (início do Plano Real).
O ministro deu posse ontem, na sede do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), no Centro do Rio, ao novo presidente do BB (Banco do Brasil), Paulo César Ximenes.
O momento em que estas medidas poderão ser implementadas não foi revelado por Malan. "Não existe hoje, no momento em que vos falo, uma clara convergência de julgamento de que seja necessário imediatamente um conjunto de medidas que talvez tenha que ser implementado", disse.
Malan disse que o governo coleta "diariamente" informações sobre o consumo e, assim, se "houver convergência de opiniões" de que a procura por produtos está superando a oferta, algo deve ser feito.
Para Malan, "se houver o julgamento de que isso (maior procura do que oferta de produtos) está em vias de acontecer, as demandas inflacionárias são óbvias". O pior equívoco, afirmou, "é achar que a inflação já está domada".
O ministro disse que, em alguns setores, se repara alguma dificuldade de suprir a demanda, mas que em outros a indústria ainda tem capacidade de produzir mais.
Sobre a reforma tributária, Malan disse que, em outros países, ela demorou de um ano e meio a dois para ser realizada. Ele disse não ver motivos para o Brasil ser exceção.
"Existe uma convergência no governo da necessidade de não perdermos a oportunidade histórica de reduzir o número de tributos", disse. Para ele, o mais importante para os investidores é ter a certeza de que o país está nesse caminho.

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