São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995 |
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Venda de banco depende de decisão de FHC
GUSTAVO PATÚ
Segundo a Folha apurou, os interventores concluíram que há meios legais tanto para produzir um balanço negativo —a favor da privatização— como um positivo. A publicação do balanço do Banespa, na prática, será um novo "round" da queda-de-braço entre o governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), contrário à privatização, e o presidente do BC, Pérsio Arida, favorável. No BC se avalia que a decisão pende cada vez mais para o terreno político —a negociação entre Covas e o presidente Fernando Henrique Cardoso, seu amigo pessoal, que até agora não se manifestou publicamente sobre o caso. O BC e os interventores do Banespa estudam que critérios serão usados na elaboração do balanço, que, se seguir as normas mais rigorosas da legislação, apresentará patrimônio líquido negativo. Nesta hipótese, o BC poderá assumir o Banespa por um valor simbólico e vendê-lo em seguida. Entretanto, os interventores do Banespa já dispõem de alternativas para, dentro da lei, produzir um balanço com patrimônio positivo. Por exemplo: contabilizar pelo valor nominal de US$ 1,050 bilhão títulos da dívida externa brasileira em poder do Banespa, incluídos entre os créditos do banco. Por um critério mais conservador, contabilizando os títulos pelo valor de mercado, com deságio, estes créditos cairiam para cerca de US$ 450 milhões. Coisa semelhante pode ser feita com a dívida atrasada de R$ 10 bilhões do Estado de São Paulo junto ao banco. Providências como essas podem fazer com que o balanço registre patrimônio líquido (créditos menos dívidas) de cerca de R$ 2 bilhões —preço que o BC pagaria se quisesse federalizar o Banespa. Texto Anterior: Covas quer Banespa saneado e de volta ao governo do Estado Próximo Texto: Deputados querem ouvir Arida Índice |
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