São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
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Covas quer Banespa saneado e de volta ao governo do Estado

DA REPORTAGEM LOCAL E DA FT

O governador de São Paulo, Mário Covas, afirmou ontem que o importante agora não é discutir o futuro do Banespa, mas sim saneá-lo para que ele possa voltar ao governo do Estado.
"O banco é de São Paulo e deve ficar em São Paulo", disse Covas.
A afirmação foi feita para uma platéia de 2.400 funcionários do banco, segundo o sindicato, e 1.000, segundo a PM, que foram ao Palácio dos Bandeirantes protestar contra a possível privatização e ouvir uma posição do governador sobre o assunto.
Covas disse que pode até chegar a discutir a questão da privatização daqui a um ano.
Mas hoje o maior problema, segundo ele, é a dívida do governo do Estado com o Banespa, que chega a US$ 3,363 bilhões do total de US$ 11 bilhões.
Segundo Covas, essa dívida é impagável. "Hoje, se nós formos pagar, teremos de dar US$ 600 milhões por mês, que significam mais da metade do que o Estado arrecada nesse mesmo período."
Para Covas, será necessário negociar com o Banco Central essa dívida. O governador levantou a possibilidade de vender ativos do Estado. "Mas aí uma comissão de funcionários dessas estatais vai protestar", disse.
Os bancários consideraram o encontro positivo. "A posição de Covas reforça a frente de governadores contra a privatização de bancos estaduais que o Lula está articulando", afirmou Paulo Salvador, diretor de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

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