São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Preços podem subir mais de 9%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento de preço dos "populares", devido à elevação da alíquota do IPI de 0,1% para 8%, deverá ficar acima dos 9% inicialmente previstos.
O ministério da Fazenda teme uma revanche das montadoras e fornecedores descontentes com as alterações no IPI.
Para eles, o aumento significou uma quebra de acordo dentro da Câmara Setorial.
O governo deve tentar negociar para que os preços sejam fixados com base em custos.
A Folha apurou que as montadoras atribuem ao governo a oportunidade da revisão dos preços —que estavam indexados ao dólar— com o rompimento do acordo firmado em fevereiro de 1993 na Câmara Setorial Automotiva.
Com a mudança no acordo, que terminaria só em dezembro de 1996, fornecedores, montadoras e revendedores não se sentem mais obrigados a manter redução de 5 pontos percentuais em suas margens de lucro.
A redução das margens foi uma contrapartida das empresas à diminuição do IPI —de 14% em média para 0,1%. O setor também se comprometeu a investir mais e manter o nível de empregos. Na época, os preços caíram 10%.
A preocupação do governo é com a extensão do fim da redução das margens de lucro dos fornecedores de matérias-primas -aço, borracha, alumínio.
O impacto nos preços também poderá ocorrer em uma série de produtos que usam esses mesmos insumos.
O secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, disse ontem ao anunciar o aumento do IPI dos automóveis que a medida não rompe o acordo. "Ele não prevê impedimento para mexer no IPI", afirmou.
O governo insiste em que o novo acordo também prevê estabilidade de preços, mas não esclareceu como isso será feito.

Texto Anterior: IPI de carro "popular" vai hoje a 8%
Próximo Texto: Mercado de câmbio vive dia nervoso
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.