São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
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Queda é recorde na Argentina

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

A Bolsa de Valores de Buenos Aires fechou ontem com uma queda acumulada de 44,38% desde 20 de dezembro, quando o peso mexicano foi desvalorizado.
Esta baixa é recorde no mercado de ações argentino.
A iniciativa da Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara dos Deputados, promovida pelo Ministério da Economia, de propor a taxação dos ganhos em ações e dividendos, gerou inquietação no mercado.
Pela décima vez consecutiva, a Bolsa de Valores de Buenos Aires registrou ontem queda, de 6,95%. Apenas em fevereiro, o mercado de ações teve uma perda acumulada de 25%.
As taxas de juros voltaram a subir, chegando a 13% ao mês em operações interbancárias.

Sigilo
O ministro da Economia, Domingo Cavallo, foi obrigado a revogar resolução que obrigava os bancos a identificar ao fisco argentino todos os investidores com operações financeiras e depósitos superiores a US$ 12 mil, numa clara quebra de sigilo bancário.
A medida adotada pela DGI, correspondente à Receita Federal no Brasil, não durou nem uma semana. Provocou forte reação contrária dos bancos e o próprio governo conseguiu tumultuar ainda mais o nervoso mercado financeiro.
O presidente Carlos Menem saiu a público ontem numa nova tentativa de tranquilizar correntistas e investidores institucionais de que não haverá desvalorização do peso argentino.
"Não interessa ao governo, nem às empresas e aos trabalhadores a desvalorização do peso."

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