São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995 |
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Filme esvazia emotividade com efeitos gratuitos
DA REDAÇÃO Filme: O ProfissionalProdução: França, 1994 Direção: Luc Besson Elenco: Jean Reno, Gary Oldman, Danny Aiello e Natalie Portman Onde: a partir de hoje nos cines Gazetinha, Comodoro e Eldorado 1 O filme "O Profissional", de Luc Besson, chega aos cinemas ao lado de "Rosas Selvagens", de André Téchiné (leia texto à pág. 5-1). O que os torna comum é o fato, óbvio, de sua origem francesa. E o que os separa é também essa obviedade. Se a marca do cinema de Téchiné é a contenção, a de Besson é seu extremo oposto. Só acontece através do efeito gratuito. "O Profissional" mostra a história de Leon, um imigrante italiano que vive em Nova York e que tem como profissão o assassinato. Ele é o homem encarregado de exterminar aqueles que incomodam as famílias da Máfia. A vida de Leon prossegue então em pleno isolamento. A única relação afetiva que consegue criar é com uma planta. Sua rotina se altera apenas no dia em que abriga uma menina de 12 anos que perdeu sua família, assassinada por um grupo de policiais corruptos. O novo filme de Besson, acredita-se então, é um filme de ação. Um pouco à moda de "Nikita", seu trabalho de maior sucesso, com seus tiros e explosões filmados como uma valsa. Mas "O Profissional" é também, como o próprio Besson gosta de afirmar, uma história de amor com dois tipos contrários. Mas em Besson a inocente menina é alguém que deseja mais do que tudo aprender a matar pessoas. E o assassino é um homem que aspira ter alguém para amar. Como sempre em seu cinema, uma história pretensamente emotiva é contada de forma esvaziada. O amor, nos filmes de Besson, se resume apenas à paixão pelo efeito fácil. E terrivelmente gratuito. Texto Anterior: Besson prefere médicos a Godard Próximo Texto: "Pulp Fiction" de Tarantino tem pré-estréia amanhã à meia-noite Índice |
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