São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995
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Equador acusa escaramuças na fronteira

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente do Equador, Sixto Durán-Ballén, afirmou ontem que houve novas escaramuças nas últimas 48 horas entre tropas de seu país e do Peru na região da cordilheira do Condor.
Em Lima, porém, o comando das Forças Armadas do Peru afirmou que os dois países estão respeitando o cessar-fogo em vigor desde meio-dia de terça-feira.
Contradizendo a declaração de Durán-Ballén, o coronel equatoriano José Grijalba afirmou em Patuca, sede do Comando Bélico de Operações na Selva, que o cessar-fogo declarado pelo Peru está sendo cumprido pelas duas partes.
Não há trocas de disparos, mas nossa gente está em posição de alerta máxico. Se houver violação da trégua por parte de elementos peruanos, nós responderemos imediatamente, afirmou.
O coronel Grijalba disse que cinco helicópteros armados do Peru foram vistos sobrevoando ontem a zona de conflito, na cabeceira do rio Cenepa, mas segundo ele tratava-se de uma missão de reconhecimento que não chegou a deixar o espaço aéreo peruano.
Os combates entre os dois países começaram em 26 de janeiro, 17 dias depois das primeiras escaramuças entre patrulhas peruanas e equatorianas. A região em disputa, os 78 km de extensão do vale do Cenepas, tem 340 km2 de área e fica 350 km ao sul de Quito e 950 km ao norte de Lima.
O Peru acusou o Equador de violar as convenções de guerra ao instalar minas explosivas antipessoal na fronteira, entre a cidade equatoriana de Huanquillas e a peruana de Aguas Verdes.
O presidente do Peru, Alberto Fujimori, passou as últimas duas noites no posto de vigilância PV-1, na região do conflito.
Continua a controvérsia sobre quem controla a base militar de Tiwinza, que os dois países dizem estar em seu próprio território.
O Equador já levou dois grupos de jornalistas estrangeiros ao que diz ser a base de Tiwinza e o Peru organizou seu próprio grupo.
Em Lima, o instituto Datum divulgou pesquisa segundo a qual a popularidade de Fujimori subiu para 71,3% de aprovação. A mesma pesquisa coloca o presidente como favorito na campanha para a reeleição no pleito de 9 de abril, com 57,1%, com o ex-secretário-geral da ONU Javier Pérez de Cuéllar em segundo, com 19,3%.

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