São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995
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A refinaria é nossa

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

A guerra entre os governos nordestinos pela nova refinaria da Petrobrás chegou à televisão, no horário nobre, abrindo a fase dos combates eletrônicos.
O governador Miguel Arraes e outros jogaram no ar uma propaganda com o jingle da campanha eleitoral de Fernando Henrique, com as mesmas mãos levantadas da campanha e com um texto que não poderia ser mais direto:
— Para criar mais empregos, gerar o desenvolvimento e entrar no Brasil de um novo tempo... Senhor presidente, Pernambuco está pronto para a refinaria.
E ainda tem gente que quer fazer passar por técnica, meramente técnica, a decisão sobre onde vai ser erguida a nova e cobiçada refinaria.

O pacificador
Fernando Henrique armou a maior cena, ontem na televisão. Lembrava Clinton, nos encontros que o presidente americano promove entre inimigos históricos, como os líderes israelense e palestino, nos jardins da Casa Branca.
O presidente brasileiro juntou os embaixadores de Peru e Equador para mostrar às televisões, numa sala fechada em Brasília, e elogiou o trabalho dos dois, que "eleva bem alto" o papel da diplomacia etc.
Na descrição caridosa da CBN, foi "um pronunciamento para selar o acordo de paz".
Pelo que disseram os representantes de Peru e Equador, ainda não é bem um acordo de paz, mas um cessar-fogo. E foi assim que ele foi mencionado na CNN, que nem cuidou de citar o grande pacificador Fernando Henrique.

A inflação e a carne
Para o Jornal da Record, a novidade é que "a inflação volta a subir em São Paulo", por culpa das chuvas.
Para o Jornal Nacional, o importante é que "a pressão do consumidor derruba o preço da carne em São Paulo".

Um estudo
A CBN registrou ontem que o governo aguarda o resultado de um estudo que apontará quais serão os efeitos de um aumento do salário mínimo sobre as finanças da Previdência.
Por via das dúvidas, todos seguem dizendo, com a certeza do mundo, que o aumento acaba com a Previdência.

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