São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995![]() |
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Força Sindical decide sair da câmara setorial
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
"Se as decisões vão ser tomadas de cima para baixo, a câmara setorial perde o sentido", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e diretor da Força Sindical. Segundo Paulinho, o reajuste salarial e a participação dos trabalhadores nos lucros do setor automotivo, reivindicados pela Força Sindical, serão buscados por intermédio de paralisações. "Já na próxima semana vamos começar a parar empresas do setor de autopeças", disse Paulinho. Paulo Butori, presidente do Sindipeças, disse que não houve "consulta" à câmara setorial para aumentar o IPI. "Os trabalhadores e a indústria são contrários à decisão, que foi tomada unilateralmente pelo governo", afirmou ele. Butori vai levar sua posição, de sair da câmara setorial, na próxima reunião de diretoria do Sindipeças. "Se a diretoria me amparar nesse processo, eu acredito que o Sindipeças estaria fora da câmara setorial", disse. Segundo Butori, a Anfavea (representa as montadoras) e o Sindipeças estão preparando documento conjunto, a ser entregue ao governo, sobre o setor. Como o documento não havia ficado pronto, as montadoras e as empresas de autopeças resolveram desmarcar a reunião de grupo da câmara, marcada para ontem. O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, também voltou a ameaçar deixar a câmara setorial. "Se o governo não discutir salários, emprego e contrato coletivo, estamos fora." Vicentino criticou o aumento do IPI dos "populares" pois "não haverá combate ao ágio e aumentar o imposto só vai fazer subir o preço do carro." Mas disse que esse acordo foi fechado diretamente entre o ex-presidente Itamar Franco e as montadoras, sem a participação dos trabalhadores. Heiguiberto Guiba Navarro, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, disse que "vai bater duro" contra o aumento do IPI dos "populares". "O governo oficializou o ágio, passou a ser agiota", afirmou. Ele não acredita que as revendas deixem de cobrar sobrepreço nos carros populares e pretende criar o "disk-ágio" no sindicato, para a população denunciar preços considerados "abusivos". Para Guiba, o governo deveria fiscalizar e não subir impostos. Texto Anterior: Acaba tabela do carro 'popular' Próximo Texto: Para Reze, acordo continua Índice |
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