São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995
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Louvre cria novo laboratório para análise de obras de arte

Instalações ficam embaixo dos jardins do museu parisiense

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O museu do Louvre, em Paris, inaugurou anteontem um novo laboratório de pesquisas com o qual pretendem revelar "a vida secreta" das obras de arte. As instalações fazem parte do programa de reformas que —com a inauguração da ala Richelieu, no ano passado— praticamente duplicou a área útil do museu.
Equipado com as mais avançadas tecnologias do setor e localizado embaixo dos jardins do museu, o laboratório servirá para que as instituições publicas francesas chequem se as obras de seus acervos são genuínas. Servirá ainda para assessoria durante trabalhos de restauração ou pesquisa. Os custos do novo laboratório foram de cerca de US$ 30 milhões.
"Isto é a ciência da imagem. A meta é explorar o invisível", declarou durante a inauguração o diretor do laboratório, Jean-Pierre Mohen. Trabalharão no novo espaço cerca de 70 cientistas e estudiosos de arte. "São dois mundos diversos, que falam diferentes línguas. O objetivo é fazê-los trabalhar juntos", acrescentou o vice-diretor Jean-Michel Dupouy.
A equipe de trabalho parte para o laboratório com algumas descobertas curiosas no currículo. Através de raios X descobriram um feto humano de três ou quatro meses enclausurado em uma miniatura de um obelisco de madeira proveniente do Antigo Egito.
Descobriram ainda que os artistas pré-históricos artífices dos desenhos das grutas de Lascaux, no sul da França, utilizaram tinta e não lápis coloridos, como se supunha.
Entre os novos equipamentos, o laboratório conta com aparelhos de raio X com potência de 420 quilovolts. Os aparelhos hospitalares possuem em geral 50 quilovolts.

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