São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995
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Tribunal recebe novas evidências e adia audiência de Giulio Andreotti

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um tribunal de Palermo (Sicília) adiou para o próximo dia 24 audiência que deverá decidir se o ex-primeiro-ministro italiano Giulio Andreotti irá ou não a julgamento sob a acusação de ligações com a Máfia.
O adiamento foi decidido para que os advogados de defesa de Andreotti possam examinar 1.300 páginas de novas evidências sobre o caso, apresentadas esta semana pelos promotores públicos.
O processo já acumula 90 mil páginas. Este foi o quarto adiamento da audiência preliminar, marcada inicialmente para outubro do ano passado.
O democrata-cristão Andreotti, 76, é a mais destacada personalidade italiana já acusada de envolvimento com o crime organizado. Ele foi primeiro-ministro em 7 dos 53 governos que a Itália já teve após a Segunda Guerra Mundial.
Senador vitalício e hoje trabalhando como editor da revista católica 30 Giorni, Andreotti nega as acusações de que teria dado proteção à Máfia siciliana em troca de votos. Ele não compareceu à audiência de ontem.
As novas evidências apresentadas pelos promotores incluem o depoimento de Gioacchino Pennino, um ex-vereador social-democrata de Palermo que confessou ser um dos braços políticos do crime organizado.
Segundo informações vazadas à imprensa, Pennino, 57, disse que Andreotti mantinha contatos diretos com pelo menos dois chefes mafiosos, os irmãos Ignazio e Nino Salvo, ambos já mortos.
Nino se referia a Andreotti como 'tio Giulio', em sinal de respeito. Ignazio o chamava de 'Giulio', mostrando que suas relações eram de amizade íntima, teria dito Pennino.
No começo desta semana, o depoimento do ex-vereador de Palermo levou à prisão dois políticos democratas-cristãos, o ex-ministro da Agricultura Calogero Mannino e o ex-senador Vincenzo Inserillo.

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