São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 1995![]() |
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"Não sou uma vítima inocente"
MARICIO STYCER
Folha - Desde quando você sabe que tem o vírus HIV? Rebekka - O vírus foi diagnosticado em agosto de 1989, mas acho que fui infectada há 11 anos, quando tinha 16 ou 17 anos. Folha - Quando e por que você decidiu tornar pública sua condição? Rebekka - Tomei a decisão em maio de 1994, por raiva e dor. Você cansa de ver os seus amigos morrerem e ninguém ajudar o suficiente. Você cansa de ir ao médico e ele te mandar de volta para casa dizendo que você está com TPM (tensão pré-menstrual) ou com um ataque de ansiedade. As pesquisas científicas não estão sendo feitas para mulheres. Folha - De que forma você pode ajudar outras pessoas? Rebekka - Falando a adolescentes sobre sexo seguro. Não adianta dizer a eles para não transarem. Folha - Como você acha que foi infectada? Rebekka - Por sexo sem proteção ou através de uma transfusão de sangue. Engravidei com 16 anos e tive complicações durante o aborto. Aí precisei de transfusão. Folha - Você colabora no filme sobre a sua vida? Rebekka - Lógico. Quero que seja um filme verdadeiro. Não quero que seja uma história água com açúcar. Não quero aparecer como a vítima inocente. Folha - Você já tem os sintomas da doença? Rebekka - Sim. Em 94, tive uma infecção cerebral, depois tive problemas aqui e ali. Nada muito grave. Você já viu fotos minhas? Folha - Já. Rebekka - Eu pareço doente? A única coisa é que me sinto cansada. Se sei que tenho uma sessão de fotos, na véspera tiro o dia para descansar e reforço a alimentação. (MSy) Texto Anterior: Aids chega ao mundo das "mais belas mulheres" Próximo Texto: Executivo criou mais leis que o Legislativo entre 88 e 94 Índice |
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