São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 1995
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Nuzman quer projeto olímpico para 96

SÉRGIO KRASELIS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Carlos Arthur Nuzman, quer ver no próximo ano o Brasil no pódio olímpico de Atlanta, EUA.
Não apenas a seleção brasileira masculina de vôlei, que, segundo ele, tem condições e estrutura para repetir o feito de 92, quando Marcelo Negrão e companhia conquistaram a medalha de ouro nos Jogos de Barcelona, na Espanha.
Nuzman, que ocupa o cargo de presidente do Conselho Mundial de Vôlei de Praia, acredita que o Brasil pode lutar por uma medalha olímpica também nesta modalidade nos Jogos de Atlanta.
"Para isso acontecer, a nossa idéia é oferecer todas as condições de trabalho na parte física, técnica e financeira aos atletas. A soma destes ítens pode nos dar a chance de brigar por uma medalha", afirma o dirigente.
Nuzman evita falar sobre os critérios que serão adotados pela CBV para a escolha das duplas representantes do Brasil na Olimpíada.
Em Atlanta, 24 duplas vão disputar o torneio masculino, enquanto 16 participam da competição feminina.
Os brasileiros têm direito a duas vagas, tanto no torneio masculino quanto no feminino.
Se for seguir os critérios normais, as vagas serão ocupadas pelos atletas melhor classificados na etapa do Circuito Mundial.
A etapa está marcada para fevereiro do próximo ano no Rio de Janeiro.
Existe, no entanto, a possibilidade de que uma das vagas seja ocupada por uma dupla indicada pela CBV.
Neste caso, a dupla Anjinho/Loyola, considerada uma das melhores do mundo na atualidade, poderia ser convidada para representar o Brasil.
"Não há nada que impeça a participação deles, desde que os dois se submetam às normas da Federação Internacional e da CBV", afirma Nuzman.
A discussão em torno da participação de Anjinho/Loyola na Olimpíada é antiga.
Ao optar por disputar o circuito da Associação de Vôlei Profissional dos EUA (AVP), a dupla brasileira acabou se afastando do circuito promovido pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) e referendado pela CBV, deixando assim de somar pontos no ranking mundial da entidade.
Com isso, acabaram se transformando em "ovelhas negras" do vôlei de praia brasileiro. "Se eles aceitarem disputar o circuito mundial, não há nada que impeça a ida deles para Atlanta. Jaqueline (ex-jogadora da seleção brasileira que desistiu de participar do circuito da AVP) voltou e já ganhou até um título no Chile", disse o dirigente.
O campeão mundial Roberto Lopes acredita que a definição das duplas que vão representar o Brasil em Atlanta só ocorra mesmo a partir de 96.
Por isso, ele e Franco pretendem disputar só algumas das 18 etapas do Circuito Mundial 95/96. "Estou bem no ranking e acho que sou um dos que podem ir para a Olimpíada. Mas não quero correr riscos e sofrer um desgaste físico", afirma Lopes.
Prestes a deixar a presidência da CBV para assumir o mesmo posto no Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Nuzman deve anunciar nas próximas semanas se pede licença ou se renuncia ao comando da entidade.
Nos planos do dirigente está a preparação de um projeto olímpico, englobando não só o vôlei, mas as diferentes categorias que vão disputar os Jogos de Atlanta.
Hoje, Nuzman deve acompanhar o presidente da FIVB, o mexicano Ruben Acosta, na coletiva em que o dirigente anuncia no Rio como será a disputa do torneio de vôlei de praia na Olímpiada.
Acosta deve abordar, entre outros temas, a anistia concedida aos membros da FIVB por atos cometidos antes de outubro de 94 contra os estatutos da entidade.

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