São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 1995
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"FHC inspira confiança"

ANTONIO CARLOS SEIDL
DO ENVIADO ESPECIAL

Representante oficial do governo britânico na posse do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1º de janeiro, Michael Portillo voltou a Londres com uma mensagem ao gabinete conservador: Fernando Henrique Cardoso é um homem que inspira confiança.
Portillo disse que ficou bem impressionado com FHC após seu primeiro encontro com o novo presidente do Brasil para uma conversa, em espanhol, no dia da posse em Brasília.
Fernando Henrique sabe o que quer, tem carisma e uma carreira política bem-sucedida na defesa de diretrizes econômicas sensatas, sabendo explicá-las bem, o que é importante também, disse.
Comentando o discurso da posse, Portillo destacou a ênfase dada por Fernando Henrique Cardoso à necessidade urgente de reformas sociais e de melhorias no sistema de educação.
Para Portillo, o grande desafio de FHC será fazer novos progressos na luta contra a inflação.
Quando se começa um programa antiinflacionário sério, derrubar os primeiros 4 ou 5 mil pontos percentuais é a parte mais fácil...o que vem depois é frequentemente a parte mais complicada, disse.
Confiante no sucesso do governo FHC, Portillo reconhece, porém, que o caminho para isso não será fácil.
O presidente terá dificuldades no Congresso, dificuldades para aprovar a reforma da Constituição, mas ele tem um mandato decisivo dos eleitores e não deve se curvar diante dos obstáculos, disse.
Ele disse ao país o que queria fazer e os eleitores lhe deram uma grande maioria nas urnas, assim ele começa com essa tremenda vantagem e nenhum político poderia pedir mais, afirmou.
Portillo disse que o governo britânico espera que Fernando Henrique dê continuidade às diretrizes econômicas que, a partir da introdução do Plano Real, abriram novas perspectivas para o país.
Fernando Henrique precisa manter essas diretrizes durante as dificuldades que certamente enfrentará e se isso acontecer tenho certeza que o interesse britânico no Brasil vai crescer exponencialmente, concluiu Portillo.
(ACS)

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