São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 1995
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Risco de Aids cresce pouco no Carnaval

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O comportamento sexual dos sambistas paulistas durante o Carnaval não os deixa mais expostos ao vírus da Aids do que em outras épocas do ano. O risco, no dia-a-dia, é bastante semelhante ao do período da folia.
Esta é a principal conclusão da pesquisa feita pela médica infectologista Verônica Hughes, 35, com apoio do Centro de Estudos para a Prevenção da Aids, da Universidade da Califórnia (EUA), e da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. O estudo vai ser publicado na próxima edição da revista médica americana "Aids".
Durante os ensaios para o Carnaval de 93 foram entrevistados 380 bateristas do sexo masculino de 11 escolas de samba paulistas.
Os sambistas responderam a perguntas sobre seu comportamento no Carnaval de 92 e nos 30 dias anteriores ao questionário.
A maioria dos entrevistados (63,9%), não tinha comportamento de risco em qualquer dos dois períodos, contra 8,7% daqueles que se arriscaram a ser infectados tanto no Carnaval como nos 30 dias anteriores ao questionário.
Arriscaram-se exclusivamente no Carnaval 9,7% dos bateristas.
Os sambistas acertaram em média 80% das questões sobre a transmissão da Aids. No entanto, o uso de preservativos é pequeno. Embora mais da metade (53,4%) dos entrevistados tenha recebido camisinhas distribuídas gratuitamente no Carnaval de 92, apenas 42,4% disseram tê-las utilizado.
O percentual de uso é maior entre os classificados no grupo do comportamento seguro: 51,1%. A menor adesão é na categoria de comportamento de risco nos dois períodos: 15,8%.
Para Verônica, os dados mostram que a política de distribuição de camisinhas em uma país de recursos escassos como o Brasil deve ser dirigida, e não feita em massa.

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