São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 1995
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Abrinq quer proteção à indústria

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria brasileira de brinquedos vai pedir proteção alfandegária ou tarifária contra a concorrência dos importados chineses.
A Abrinq, associação que reúne as indústrias do setor, teme que os produtos "made in China" abocanhem 35% do mercado este ano.
Se a economia continuar aquecida, os empresários estimam movimento de US$ 1,1 bilhão em 95.
Isso significa que cerca de US$ 350 milhões serão obtidos com a venda de importados chineses.
Em 1994, a indústria deve ter faturado US$ 900 milhões, dos quais US$ 100 milhões com importados, calcula o presidente da Abrinq, José Luiz Poças Leitão.
Mais: a própria indústria deixará de produzir para importar. Ele acha que 10 mil trabalhadores poderão perder o emprego. Atualmente, o setor emprega 28.400 pessoas em cerca de 300 empresas.
Para que isso não se concretize, até o final do semestre a entidade deverá entregar ao Ministério da Indústria, Comércio e Turismo um estudo com a situação da indústria.
Tudo começou em outubro passado, quando a alíquota de importação para brinquedos caiu de 30% para 20%. Na China e em outros países, como Taiwan, Coréia e Cingapura, os brinquedos são extremamente baratos em comparação aos brasileiros. Consequência: indústria, importadores e varejo começaram a trazer produtos de lá.
A concorrência, diz Leitão, não é desleal, mas é desigual. "Estamos com revolverzinhos e eles com metralhadoras", compara.

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