São Paulo, terça-feira, 21 de fevereiro de 1995 |
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São Miguel Arcanjo descobre a benitaka
CARMEN BARCELLOS
Cerca de dez viticultores do município, que é o maior produtor de uvas finas de mesa (itália e rubi) do Estado, estão colhendo a primeira safra comercial de benitaka, estimada em 120 toneladas. A grande vantagem da variedade, em relação à rubi, está no tom avermelhado escuro e uniforme que as bagas adquirem mesmo antes de estarem totalmente maduras. Mais vistosa, a uva vem alcançando preços superiores aos da rubi. Os produtores de São Miguel Arcanjo estão recebendo entre R$ 2,30 e R$ 3,00 pelo quilo da benitaka. A cotação da rubi está em R$ 1,80 e a da itália em R$ 1,00. Além do ganho no preço, o agrônomo e produtor Francisco Yamashida aponta outra vantagem da variedade. Ele calcula que os custos de produção com a benitaka são 10% menores do que com a rubi. Isto ocorre, segundo Yamashida, porque a benitaka atinge plena maturação e pode ser colhida pelo menos 30 dias antes da rubi. "Por ficar menos tempo exposta a chuvas, doenças e pragas, ela exige menos gastos com defensivos e as perdas não chegam a 5%, enquanto no caso da rubi atingem até 20%", diz. Nas demais características, como tamanho, peso, textura e sabor, a benitaka assemelha-se à rubi e à itália. A forma de cultivo também é a mesma. A nova variedade é uma mutação genética natural da uva itália, assim como a rubi. Ela foi descoberta em 1988 no parreiral de Sadao Takakura, em Nova Esperança, no Paraná. A partir de 91, passou a ser disseminada entre outros produtores, chegando a São Paulo. Yamashida, dono de sete hectares de uvas itália e rubi, cultiva apenas um de benitaka. Mas planeja dobrar a área no próximo ano. "Vamos ampliar a produção, porque existe preferência do mercado por uvas de coloração mais escura", diz. Na banca de frutas e verduras Eny, no Shopping Morumbi, em São Paulo, a previsão de Yamashida se confirma. Apesar de custar R$ 5,00 o quilo (R$ 2,00 a mais do que a itália e R$ 1,00 a mais do que a rubi), a benitaka já se iguala em vendas a estas variedades tradicionais. Segundo Yukio Ishimoto, dono da banca, são vendidas por semana entre 60 e 70 caixas de seis quilos da benitaka, mesma quantidade que sai da itália e da rubi. ONDE SABER MAIS: Associação dos Viticultores, tel. (0152) 79-1095. Texto Anterior: Frio melhora a qualidade das frutas em SC Próximo Texto: Seagram colhe safra recorde de viníferas Índice |
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