São Paulo, terça-feira, 21 de fevereiro de 1995
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Clima ajuda, mas mercado cai

BRUNO BLECHER
EDITOR DO AGROFOLHA

As colheitadeiras do gaúcho Blairo Maggi já estão em campo em Rondonópolis, no sul do Mato Grosso.
"Já iniciamos a colheita das variedades mais precoces e, por enquanto, o clima está ajudando", diz Maggi.
Nesta safra, Maggi cobriu 30 mil hectares com soja, 3.000 hectares a mais do que no ano passado.
Ele espera colher 48 sacas de 60 quilos por hectare ou 86,4 mil toneladas de grãos.
Formada por 15 municípios, a Grande Rondonópolis, a cerca de 200 km de Cuiabá, produz quase 40% da soja colhida no Mato Grosso.
A topografia plana da região favorece a colheita; as chuvas regam as plantas na época certa e a produtividade média, que chega a 2.700 quilos/ha, utrapassa a média norte-americana.
"A expectativa de produção é excelente nesta safra. Choveu bem durante a fase de formação de grãos e se o tempo não atrapalhar a colheita a produtividade será alta", diz Maggi.
Mas enquanto tudo corre bem no campo, na mesa de operações da Agropecuária Maggi, ligada à Bolsa de Chicago, o clima é de pessimismo.
O preço da soja caiu no mercado internacional. No ano passado, nesta mesma época, a soja estava cotada a US$ 6,50/bushel (27,22 quilos). Hoje vale US$ 5,50/bushel.
Segundo Maggi, a queda do preço no mercado externo, aliada ao problema da TR (Taxa Referencial) sobre os empréstimos agrícolas, pode levar a agricultura da região a uma crise tão grave quanto a de 1989.
"Os produtores quando chegam aos bancos para conferir o saldo devedor ou pagar as parcelas do Finame entram em pânico", diz Maggi.

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