São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 1995
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Produto tóxico vaza no litoral de SP

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O navio de bandeira liberiana Stolt Span derramou na madrugada de ontem estireno —produto químico tóxico— no estuário do porto de Santos (SP). Segundo o diretor de controle de poluição da Cetesb, Nelson Nefussi, 32 t de estireno vazaram do navio.
O cheiro do produto —que segundo a Cetesb tende a evaporar em contato com a água— foi sentido em Santos, e parcialmente em São Vicente, Guarujá e Cubatão.
O estireno é um produto líquido usado para fabricar plásticos, borracha sintética, isolantes e impermeabilizantes. Pode provocar irritação nos olhos e pele, falta de ar, dor de cabeça e náuseas. Nos postos de saúde de Santos, 14 pessoas foram atendidas até 14h com dores de cabeça, náuseas e falta de ar.
Até as 19h, a Cetesb não tinha avaliação do possível impacto ambiental do acidente. O secretário do Meio Ambiente de Santos, José Siqueira, descartou qualquer possibilidade de interdição das praias.
"O estireno que possa chegar às praias é numa concentração tão pequena que não provocaria danos à saúde pública", disse Siqueira.
O acesso ao porto foi isolado das 6h às 15h. Até 19h, a causa do acidente não havia sido oficialmente apurada. Os primeiros levantamentos indicavam que o navio poderia ter batido em um banco de areia ou em uma rocha. Para a Cetesb, pode ter havido imperícia do condutor da embarcação.
A colisão ocorreu entre o terminal de Alemoa e a Ilha Barnabé, onde o navio descarregaria 1.300 toneladas de estireno.
A Cetesb disse que a empresa Stolt-Nielsen, dona do navio, será multada em R$ 58.900,00 "por emissão de poluentes". Técnicos colocaram barreiras ao lado do navio para absorver parte do estireno.

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