São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 1995
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Fleury ainda há de nadar no rio Tietê

BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

Argel, Kiev, Lagos, Moscou, São Petesburgo, Guangzhou, Xangai, Pequim, Teerã. Segundo estudo publicado pela revista "Newsweek", estas são, na ordem, as cidades com a pior qualidade de vida do planeta.
A avaliação da revista norte-americana só pode ser anterior às chuvas dos últimos 20 dias, anterior à introdução na parede lá de casa de um alvo para dardos que, no lugar da mosca, traz uma foto do pior governador a ter passado pelo Palácio dos Bandeirantes em todos os tempos.
Vocês sabem de quem estou falando. De Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB), aquele que, enquanto a imprensa se mantinha ocupada cobrindo os escândalos do governo Collor, sentiu-se à vontade para quebrar o Estado e dissimulou alardeando que estava dando jeito no rio Tietê.
Mas deixa o Fleury, a Ika, a Kika e toda essa turma para lá. Se Deus for justo e minhas insistentes preces forem ouvidas, São Pedro ainda há de fazer o ex-governador nadar 200 metros crawl, diariamente, no Tietê do purgatório. E olha que o Tietê daqui é água mineral Evian perto do Tietê do purgatório.
O que importa, no momento, é constatar que esta cidade está o fim do forrobodó e vai micar de vez durante o Carnaval.
Junte novas previsões de chuva ao monte de termocéfalos de dedinhos indicadores apontados ao céu, que ano após ano caem no alalaô ouvindo a mesma "Mamãe eu Quero" (a insulsa Pholianafaria foi só um aperitivo), e você verá o que é bom para a tosse, ó leitor de natureza pacata.
Só de pensar nos bailes de clube, naqueles condenados cambaleantes mandando goró em copo de requeijão nas padarias da vida, só de imaginar tamanho desgosto, me dá vontade de comprar a primeira passagem aérea para fora daqui.
Seja para Argel, Kiev, Lagos, Moscou, São Petersburgo, Guangzhou, Xangai, Pequim ou Teerã. Adios!

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