São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 1995
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Número de roubos de cargas em São Paulo aumenta 210% em 94

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de roubos e furtos de cargas em São Paulo cresceu 210% em 1994, comparado com 1993. O prejuízo das transportadoras aumentou 133% no mesmo período.
Em 94, ocorreram 975 roubos e furtos de cargas no Estado. Esse número havia ficado em 309 em 93. O prejuízo causado pelos assaltantes foi de cerca de US$ 100 milhões no ano passado, contra US$ 43 milhões em 93.
Os números são do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo). "O ano de 94 foi um caos", disse Moacyr Ferro, 58, presidente do Grupo de Combate ao Roubo de Cargas do Setcesp.
Segundo o Setcesp, 55,4% do prejuízo causado por esse tipo de crime no Brasil está concentrado em São Paulo. O Rio de Janeiro vem em segundo lugar, com 34,4%. As cargas preferidas pelos ladrões são produtos têxteis, produtos químicos e alimentos.
Em 78% dos casos, os assaltantes agiram de manhã e à tarde. As ruas e avenidas de regiões urbanas são os locais prefiridos pelas quadrilhas, registrando 80% dos roubos (20% nas estradas).
No Estado, 83% desse tipo de crime acontece na Grande São Paulo. As áreas de maior risco nessa região seriam os bairro do Parque Novo Mundo (São Paulo), Cumbica (Guarulhos) e Tatuapé (São Paulo).
A cidade de São Paulo registra 62% dos roubos da Grande São Paulo. A zona norte concentra 37,9% dos assaltos na cidade. Em seguida, vêm a zona leste (22% dos casos), a zona sul (20,5%) e a zona oeste (15,3%).
Entre as outras cidades da Grande São Paulo, Guarulhos lidera o ranking de roubos com 42,1% dos casos. Em segundo lugar está Osasco com 12,7% dos casos.
As rodovias Dutra (nos trechos das cidades de Guarulhos, Jacareí e Arujá) e Castelo Branco (entre as cidades de Sorocaba, Barueri e Osasco) são as mais visadas pelos assaltantes.
"A situação chegou a esse ponto por causa do descaso das autoridades estaduais", disse Ferro. Segundo ele, as 35 maiores empresas de transporte de São Paulo gastaram, em média, no ano passado, US$ 500 mil por mês pagando empresas de segurança que escoltam cargas valiosas.
(MG)

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