São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 1995
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Fiat aumenta preços do 'popular' em 8,64% hoje

FLAVIO CASTELLOTTI; ALBERTO FERNANDES; GRAZIELE DO VAL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fiat estabeleceu o reajuste para seus modelos "populares", em função do aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados): 8,64%. Ford, Volks e GM aplicaram aumento de 9%.
O Mille Electronic, que custava R$ 7.271, passa a custar R$ 7.899. O Mille ELX duas portas passou de R$ 7.739 para R$ 8.367 e o quatro portas aumentou de R$ 8.164 para R$ 8.792.
O aumento total dos modelos ELX resulta inferior — 8,11% para o modelo duas portas e 7,69% para o modelo 4 portas—, devido a um pacote de opicionais que está incluído em ambos os modelos e já possuía IPI de 8%.
O presidente da Fiat, Silvano Valentino, disse ontem que a empresa foi a última a divulgar o percentual de reajuste, pois estava esperando a decisão do governo a respeito do sistema 'on line'.
A assessoria de imprensa da empresa informou que o sistema deve voltar a operar assim que o governo publicar autorização especial no Diário Oficial.
Quem comprou um Mille e está na fila de espera vai pagar metade do reajuste. A primeira parcela, correspondente a 50% do valor do carro e paga no momento da compra, está isenta do aumento.
Valentino, próximo presidente da Anfavea (associação que reúne as montadoras) não quis comentar as declarações do atual presidente, Luiz Adelar Scheuer, sobre a 'quebra' do acordo da câmara setorial.
Para ele, a questão do aumento do IPI está encerrada. "Vamos acatar a decisão do governo", disse Valentino.
Ele não acredita que a Fiat vá perder parcelas significativas de mercado. "Em outros momentos já demonstramos capacidade de investimento e velocidade de reação.

Carros médios
O alto nível de consumo fez o governo engavetar a proposta de redução de IPI sobre os carros médios. A medida causaria queda de 10% nos preços de carros como o Corsa 1.4, o Gol CL e o Uno 1.5.
Os ministros Pedro Malan (Fazenda) e Dorothéa Werneck (Indústria, Comércio e Turismo), consideram que a modificação acabaria com uma distorção atual do setor automotivo, que estimula as montadoras a produzir só carros "populares" ou de luxo.
Segundo técnicos da Fazenda, enquanto houver filas para compra de carros, não haverá redução de alíquotas.
O vice-presidente da GM, André Beer, disse ontem que a construção de uma terceira fábrica no país não está descartada.
Os investimentos de US$ 2 bi para os próximos três anos, anunciados ontem pela empresa, não incluem a contrução de nova unidade. O gasto adicional seria de cerca de US$ 400 milhões.

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