São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 1995 |
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Receita Federal faz investigação sobre renda de Ricardo Teixeira
ROBERTO MACHADO
Barbeitas afirmou ontem que o equipamento de refrigeração e distribuição de chope apreendido no bar El Turf, na Gávea (zona sul do Rio), na quinta-feira passada, entrou no país no mesmo vôo que trouxe a seleção brasileira dos Estados Unidos, em 19 de julho do ano passado. Teixeira detém 65% das ações do bar. O auto de apreensão do equipamento foi realizado a pedido de Barbeitas. O procurador é responsável também por outra denúncia contra Teixeira. Barbeitas acusa o presidente da CBF por sonegação fiscal —omissão de rendimentos e movimentação bancária não declarada. O processo, distribuído há sete dias, está na 13ª Vara Federal. Segundo o procurador, foram encontradas irregularidades nas declarações de renda de Teixeira de 1991 a 1993. O valor sonegado, segundo Barbeitas, ultrapassaria R$ 240 mil. As irregularidades teriam sido detectadas pela fiscalização ordinária da Receita Federal. Para o procurador, a ação no bar El Turf pode ser o início de outras investigações do Grupo de Inteligência da Receita. Teixeira é citado ainda em um terceiro processo. O advogado Jorge Beja quer processar a União e a CBF pela liberação das bagagens, sem o crivo da Alfândega, dos jogadores da seleção e dos demais tripulantes do vôo que chegou ao Brasil no dia 19 de julho de 94. A ação está na 22ª Vara Federal. O então ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, autorizou a liberação das bagagens da delegação brasileira. Esse fato provocou a demissão do então secretário da Receita Federal, Osires Lopes Filho, que se opôs a Ricupero. O presidente da CBF foi procurado pela reportagem da Folha por diversas vezes no dia de ontem. Pela manhã e no início da tarde, segundo sua secretária, esteve "em reunião". No final da tarde, embarcou para Fortaleza, onde a seleção brasileira enfrenta amanhã a Eslováquia. O advogado de Teixeira, Evaristo de Moraes Filho, segundo informação obtida no seu escritório, "passou a tarde de ontem em um júri". Procurado ontem em seu escritório em Brasília, o ex-secretário da Receita Federal não quis comentar o episódio. "Não quero falar nada a respeito deste assunto", disse Lopes Filho à Folha por telefone. Colaborou a Reportagem Local. Texto Anterior: Jogadores 'novatos' são a maioria na seleção Próximo Texto: Cantona pode ir para a prisão por seis meses Índice |
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